quarta-feira, 9 de julho de 2008

Cusco sí, como no!



Voltar a Cusco após cinco meses é uma satisfação, depois de aproveitar a virada do ano naquela cidade linda e encantadora. Saímos de Lima a chegamos ao aeroporto de Cusco exatamente às 16h. O táxi já nos esperava no aeroporto, com a guia de turismo Araceli, da Impérios Peru, agência a que recorri pela segunda vez para comprarmos os pacotes de Macchu Picchu e Valle Sagrado. Do aeroporto para o centro da cidade, ou melhor, a Plaza de Armas, são 15 minutos. Deixamos nossas bagagens no hotel Inca Wasi que fica exatamente em frente à praça e seguimos direto para o bairro de San Blas, a três quadras da praça, para procurar a loja do artesão Wilbert Sarmiento Loayaza.

É neste bairro que se encontram muitos artesãos que desenvolvem trabalhos em madeira no qual confiaria a Sarmiento a moldura de uma tela que levei especialmente de Belém com essa finalidade. Isto porque tinha visto o trabalho dele num vídeo da Universidade de San Martin, que mostrava o histórico bairro de San Blas como um dos pontos interessantes a se conhecer na cidade cusquenha e o trabalho desenvolvido pelos artesãos locais, que valorizam a escola cusquenha em molduras de madeira folheadas a ouro e bronze.


sexta-feira, 4 de julho de 2008

Sem dificuldades não tem graça

Exatamente às 2h55 do dia 21 de junho de 2008, logo após uma longa e cansativa semana de eventos no trabalho, seguimos de Tam para o aeroporto de Guarulhos, onde iríamos encontrar com Patrícia, que mora atualmente em São Paulo, para pegarmos o vôo da Lan. Deixamos o aeroporto de Guarulhos às 7h25 e chegamos ao aeroporto de Lima às 14h25. Tudo parecia perfeito e bem planejado se não fosse o primeiro imprevisto que daria o sabor de aventura de toda a minha viagem. Por causa de uma confusão de assentos, tinha acabado de perder a minha carteira de identidade no avião e não poderia entrar no país. Só descobri isso na fila da imigração, quando já era tarde e já tinham limpado todo o avião.

Enquanto fui procurar, Jaime e Patrícia tentavam conversar com o pessoal da imigração para ver o que poderiam fazer. Até que a minha salvação foi mostrar a eles a carteira de jornalista da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que não é um documento válido fora do país, mas tinha a minha foto. Depois de muita conversa com os peruanos da imigração, acabei sendo liberada. O cara até chegou a deixar seu número de telefone para eu entrar em contato com ele e me informou que para sair do país eu teria que resolver o problema no Consulado Brasileiro, em Lima. Mas meu tempo estava corrido então resolvi desopilar e aproveitar a viagem. Seja o que Deus quiser!

Escrito nas estrelas e no calendário Inca

Minha viagem a Cusco já estava mais do que agendada. Sabia desde o início do ano que iria passar pela primeira vez meu aniversário em terras peruanas, bem longe dos tradicionais festejos de São João, como costumava fazer todos os anos em Icoaraci. Tive essa certeza quando descobri, durante minha primeira viagem à Cusco, que exatamente no dia 24 de junho os Incas comemoravam a festa de Inti Raymi, uma celebração de agradecimento ao Deus Sol, pelas colheitas e farturas.

Será sinal dos Deuses? De qualquer forma, eu sigo os sinais, e o fotógrafo Jaime Souza, meu amigo particular, também fez isso ao encontrar uma moeda peruana quando fotografava um evento. Logo após reservar minha passagem, ele me liga para dizer que também seguiria a viagem comigo e mais uma amiga dele, a publicitária Patrícia Saldanha. A viagem para mim surgiu como um efeito amortecedor de um recente impacto, a perda brusca do emprego em que eu mais gostava. Como também trabalhava em outro local, pude negociar umas folgas e seguir meu destino, feliz com a certeza de que passaria meu aniversário com amigos ao meu lado.

Clandestina, sin empleo y sin plata


Um sinal dos deuses, uma moeda, uma necessidade ou sei lá o que deu na cabeça de três pessoas que teriam suas vidas completamente mudadas ao chegarem de uma viagem de doze dias de pura aventura no Peru, aproveitando os festejos de Inti Raymi e as sensações da cidade perdida dos Incas, sobrevoando as linhas de Nazca e voltando de carro de São Paulo para Belém, desfrutando das lindas paisagens brasileiras, sem ao menos ter planejado. O titulo de apresentação do blog reflete o pensamento de um viajante que descobre que para ser feliz não é necessário estar de acordo com as convenções sociais.

Ter dinheiro em conta corrente e não poder retirar na viagem, ter o melhor emprego para alguns e não estar satisfeito e saber que estar legalizada não é garantia de entrada e saída num país, ao constatar que vale mesmo é a cultura da corrupção, impetrada em cada cidadão sul-americano. São essas e outras histórias que marcam o roteiro desse blog de viagem. Espero que vocês aproveitem e um dia possam compartilhar suas experiências com tantos outros viajantes que desejam também desbravar o mundo, além do seu umbigo. Aproveitem e boa viagem!